Há tempos estou para escrever esse post (creio que ele está na lista de ideias de textos há mais de um ano), mas sempre deixei para depois, pois queria fazer um post completo, avaliar cada plataforma, instalando em um servidor próprio, vendo suas facilidades e dificuldades, quais são as vantagens e desvantagens de cada uma delas e para que tipo de lojista e clientes cada uma delas é mais adequada.

Como estou me justificando logo no primeiro parágrafo, já dá pra perceber que não foi dessa vez que fiz tudo isso a que me propunha. No entanto, cansei de ver esse tópico sendo postergado, à espera da data de concepção, e resolvi fazer algo mais simples. Assim, compartilho algumas experiências e tenho um ponto de partida para o futuro grande post sobre plataformas de comércio eletronico.

Escolhendo uma plataforma de e-commerce - imagem: Hiya Images

Aliás, não posso dizer que tenho grandes experiências com outras plataformas. Desde 2008, eu me especializei em Magento e ainda que tenha dado algumas chances a outras plataformas, nunca encontrei motivos reais para trocar de software, tendo que “aprender tudo de novo”. Isso mesmo em todas as vezes que o Magento me deu dores de cabeça. Portanto, vou fazer uma mescla entre as plataformas que tive algum contato e aquelas que conheço apenas de ouvir opiniões de terceiros.

1) Prestashop

Open source: Sim

Instalável: Sim

SaaS: Sim, gratuito, sem limite de produtos

URL: www.prestashop.com

Se eu não tivesse escolhido o Magento, hoje eu seria um especialista em Prestashop.  Já pensava nisso em 2009 e pelo que vi da última vez que testei a plataforma – agora em uma versão online, gratuita, com limite de X produtos – vi o quanto ela evoluiu, especialmente nos últimos dois anos. A plataforma parece muito mais estável, mais simples de usar e completa. Já tem integração com os principais meios de pagamento brasileiros, incluindo PayPal, PagSeguro e Cielo, além dos Correios.

Oferece também uma série de layouts e módulos adicionais. Não consegui determinar se eles já são páreo para a infinidade de add ons disponíveis no Magento. De todo modo, posso afirmar que o Prestashop é um sério concorrente para o Magento e merece a atenção dos desenvolvedores brasileiros.

Prestashop - imagem: reprodução

2) Woo Commerce

Open source: Sim

Instalável: Sim, como um plugin do WordPress

SaaS: Não

URL: www.woothemes.com/woocommerce

O Woo Commerce não é uma plataforma em si, mas um plugin adicionado ao onipresente WordPress, a plataforma inicialmente pensada para abrigar blogs e hoje presente em múltiplos sites ao redor do mundo. Independente disso, é interessante como o Woo Commerce vem crescendo e se aprimorando, especialmente nessa versão 2, lançada no começo do ano passado e que, ao que parece, finalmente o credenciou a ser uma opção de motor para um comércio eletrônico.

Ainda não testei o Woo Commerce, porém ouço falar bem dele. Minha impressão é de uma ferramenta para iniciantes, de fácil instalação e configuração, além de diversos temas já começarem a serem fornecidos com suporte às suas funcionalidades. Ainda que o WordPress seja um software potente, tenho minhas dúvidas sobre se realmente aguentaria uma operação de médio porte, com 40, 50 pedidos por dia.

WooCommerce - imagem: reprodução

3) Zencart

Open source: Sim

Instalável: Sim

SaaS: Não

URL: www.zen-cart.com

O Zencart é mais uma das opções de plataformas para e-commerce entre as “pioneiras” e ao que tudo indica, não evoluiu, especialmente se considerarmos o mercado brasileiro. Olhando apenas o site oficial, encontrei um módulo para integração ao PagSeguro (última atualização em 2012) e outro para integração aos Correios (última atualização em 2011), o que significa que não há muitas opções de módulos oficiais para as funções principais de uma plataforma.

O visual original dele é bem feio e antiquado, mas assim como no Magento, é possível adquirir e instalar outros templates.

Zencart - imagem: reprodução

4) Opencart

Open source: Sim

Instalável: Sim

SaaS: Não

URL: www.opencart.com

Também um dos softwares de e-commerce “mais antigos”, ele vem sendo atualizado (a versão 2.0 foi lançada em outubro de 2014) e conta com módulos para o Brasil, como integração com os Correios e para os principais meios de pagamento brasileiros, inclusive com a Cielo (ainda que a maioria dos módulos sejam pagos).

Opencart - imagem: reprodução

5) VirtueMart

Open source: Sim

Instalável: Sim, como um plugin do Joomla

SaaS: Não

URL: www.virtuemart.net

Assim como o WooCommerce, o VirtueMart é um plugin de comércio eletrônico a ser instalado no Joomla, plataforma para a criação de sites bastante popular. Buscando pelas principais extensões necessárias para um e-commerce no Brasil, não as encontrei no site oficial. No entanto, sei que há lojas por aqui que usam essa opção e portanto, em algum lugar deve haver uma forma de integrá-la a serviços como Correios e meios de pagamento.

Virtuemart - imagem: reprodução

6) Shopware

Open source: Sim

Instalável: Sim

SaaS: Não

URL: www.shopware.com

Essa plataforma alemã tem chamado a atenção na Europa e parece ter um ritmo bom de atualizações, o que pode indicar que ainda não é madura o suficiente ou que tem bons técnicos trabalhando constantemente nela. Não consegui localizar o changelog (o site é bastante confuso) mas a impressão que tenho é de um misto das duas coisas. Recentemente, a plataforma teve lançada a versão 5.0.

O Shopware é baseado no framework Simphony e conta com scripts para migração de dados a partir das principais plataformas. Outra coisa que achei interessante é a oferta de pacotes diferentes para quem quer atualizar uma versão existente ou instalar uma nova loja do zero. Não está adaptada ao Brasil, porém vale a pena ficar de olho nela.

Shopware - imagem: reprodução

7) Shopify

Open source: Não

Instalável: Não

SaaS: Sim

URL: www.shopify.com

O Shopify está disponível apenas para uso como SaaS, não tendo uma versão instalável ou open source. Testei a plataforma há cerca de dois anos e lembro de ter gostado do que vi, mesmo sem os recursos necessários para o mercado brasileiro. Ao acessar o site para escrever esse post, minha primeira impressão era que isso tinha mudado, já que fui direcionado para uma página em nosso português. Essa impressão acabou quando percebi que era uma página traduzida pela metade, com poucas informações se compararmos à página principal em inglês.

Tive dificuldade em entender o que eles estão oferecendo hoje: há uma mensalidade, que começa em $ 29, mas também há uma taxa por transação. Em outro ponto, indicam que se você não usar o leitor de cartão de crédito deles (como?), há uma taxa extra. E fiquei nisso, sem entender nada. Não há indicação se trabalham com os Correios e como meio de pagamento apontado como compatível com o Brasil, reconheci apenas o PagSeguro e o PayPal.

Shopify - imagem: reprodução

8) Volusion

Open source: Não

Instalável: Não

SaaS: Sim

URL: www.volusion.com

O Volusion é outra plataforma que entrou no meu radar há alguns anos e entra aqui apenas como curiosidade. Ela é oferecida apenas como SaaS, a partir de $ 15 por mês e não está disponível para o mercado brasileiro.

Volusion - imagem: reprodução

9) Spree

Open source: Sim

Instalável: Sim

SaaS: Não

URL: www.spreecommerce.com

Essa plataforma é desenvolvida em Ruby e angaria seguidores entre os desenvolvedores que fazem uso dessa linguagem. O interessante é que olhando apenas o site da plataforma eu não consegui descobrir nada, nada além de que posso baixar e instalar o software sem custos de licença e com total liberdade.

Spree Commerce - imagem: reprodução


André Gugliotti

André Gugliotti é uma das referências em Magento no Brasil, autor dos livros "Lojas Virtuais com Magento", "Temas em Magento" e "Módulos para Magento". Nesse blog, ele fala sobre e-commerce e marketing digital, ensinando como montar e gerenciar sua loja virtual.

3 Comments

Eraldo Bonilha · 22/09/2015 at 21:12

Informações bem interessantes, iria perguntar sobre o Magento, mas depois de ver que é autor de livros sobre, vou é ver se encontro tais livros, rs, obrigado.

Jr Germano · 29/10/2015 at 12:02

Fiz uma pergunta num outro tópico, mas vou tentar melhorar ela aqui.
Quanto ao PaaS na AWS com o Magento, quais as desvantagens desse serviço além de poder estourar o orçamento se mal dimensionado (como tu alertasse num vídeo que fizesse em 2013, valeu!).
Sou leigo na área, mas parece que o PaaS só trás a “facilidade” de não esquentar a cabeça com a configuração do Servidor, procede? Mas até onde fico restrito nisso? Tem alguma indicação de um bom serviço PaaS lá na AWS?

Muito obrigado.

Andre Gugliotti · 02/11/2015 at 07:17

Continuo com a mesma opinião: seguimos com dificuldades de encontrar profissionais com conhecimento em AWS e mesmo que você possa instalar uma imagem (uma máquina virtual já com o sistema e o Magento prontos), você ainda assim precisa dar suporte nela. Pra quem quer loja própria, o melhor é buscar uma VPS com suporte. Quem não tem conhecimento, busque um SaaS.

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