Muito se fala no ritmo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos. Em prol da velocidade de renovação do catálogo de produtos, diversas empresas lançam coisas pela metade, com menos funções do que elas terão, com funcionalidades ainda por testar e contando com a ajuda do consumidor para finalizar o desenvolvimento já no mercado. É quase como lançar um carro com rodas de argila porque os pneus em borracha ainda estão sendo ajustados.
Há vantagens e desvantagens nessa forma de trabalho: se por um lado você consegue lançar produtos mais rápido e contar com a ajuda de seus clientes no aprimoramento e melhoria, por outro o risco de queimar o seu produto é grande. Eu tenho algumas experiências como early-adopter, embora confesso que não gosto de ser um dos primeiros na fila pelas novidades. Prefiro esperar que os outros testem e que os fabricantes solucionem os problemas não previstos antes de comprá-los. Em algumas vezes me dei bem e tive um produto de qualidade antes dos outros. Em outras vezes, tive muita dor de cabeça com produtos que não atendiam às minhas necessidades.
Se você for optar pela estratégia de começar a vender seus produtos sem o ter desenvolvido por completo, tenha algumas dicas em mente:
- não é todo produto que pode ser vendido ainda em desenvolvimento: bens físicos têm maior potencial de problemas, uma vez que é mais difícil de serem “simplesmente atualizados”
- softwares e serviços são áreas em que é mais fácil lançar um serviço ainda em testes e aprimorá-los junto com o cliente, pois os desvios de rota são mais fáceis de serem implantados
- falhas de segurança são imperdoáveis; se há um item em que impede que o produto seja vendido até que esteja perfeito é a segurança, não abra mão dessa questão
- já que você convidou o cliente a ajudá-lo no desenvolvimento de seu produto, conte isso pra ele: indique que o produto está em estágio beta (os softwares são claramente identificados com o número de versão 0. ou ainda com as indicações alfa e beta). Se for um bem físico, pense em alguma maneira criativa de fazer isso e restrinja as unidades produzidas/vendidas nos primeiros três meses
- da mesma forma, esteja aberto a receber o feedback do seu cliente. Se o produto não está acabado, certamente ocorrerão problemas e você precisa estar atento e preparado a receber as críticas e sugestões
- mais do que isso: monitore ativamente a internet, porque muitas vezes o cliente não virá conversar com você, mas simplesmente despejará sua ira no Facebook e no Twitter, manchando sua imagem, às vezes de maneira irreversível
Por fim, não se esqueça: lançar produtos inacabados e utilizar o suporte dos clientes para aprimorá-lo é uma arte. Não é qualquer empresa que consegue!