Eu devo ser muito azarado! Muito mesmo, porque nos últimos cinco anos, não tive a mínima sorte com nenhuma companhia telefônica, seja de telefonia fixa, seja de telefonia celular, seja as operadoras de TV a cabo que também fornecem pacotes de telefone e internet. Pela minha mão passaram Telefonica e Net (em São Paulo), além da amigável e insuperável Brasil Telecom (agora Oi), Vivo, Tim e nos últimos meses a Claro, GVT e a TVN.
O meu azar também pode ser reflexo da minha utilização e do controle que tenho sobre os serviços que adquiro. Não vou contar a história toda porque daria um livro, nem falarei das companhias antigas, porque elas ficaram no passado. Sobre a TVN (operadora de televisão a cabo e internet), pretendo fazer um post em breve, para elogiar – apesar de não ser a melhor das empresas, ela entrega o que promete e isso é fundamental.
Vou me concentrar na GVT. Todos falavam bem da empresa e só agora tive o privilégio de morar em uma cidade que conta com a cobertura da empresa. Descobri a duras penas que ela é igual a todas as outras, não há nenhuma diferença. Como a minha ideia aqui não é xingar, vou me ater no que posso dizer sobre como pequenas atitudes poderiam melhorar o serviço e deixar o cliente satisfeito. Vou tentar mostrar tudo que a GVT não fez.
Explicando a história: quando recebi a primeira conta telefônica, percebi que haviam diversas ligações que eu não havia feito, nos mais diferentes horários, para um mesmo número de telefone que eu não conheço. Acionei o atendimento e depois de passar por três atendentes, recebo a explicação de que um técnico verificaria a linha e que se nada fosse constatado, eu seria cobrado por visita improdutiva. Após um pequeno escândalo, recebi a garantia de que o técnico viria e nada seria cobrada, fosse qual fosse o resultado.
Veio o técnico, olhou tudo, desde a central da companhia até o meu aparelho e garantiu que não havia nada de errado e que toda a instalação física estava correta e portanto “sem desvios”. Não havia nenhuma possibilidade de que outra pessoa estivesse usando a minha linha e que provavelmente as chamadas telefônicas foram feitas por algum “técnico desavisado”.
Minha grande surpresa vem na forma de um telefonema, de um senhor que se identificou e pelo endereço pude perceber que é meu vizinho, morador do prédio ao lado. Ele contou que se mudou há pouco mais de um mês, que a minha linha telefônica está instalada em seu apartamento e que já pediu várias vezes à GVT, nos últimos 30 dias para que o problema fosse solucionado. Nesse tempo, segundo o meu vizinho, a GVT já esteve até por cancelar a linha, por imaginar que fosse uma instalação antiga, sem uso.
Como nós podemos aprender com essa situação e fazer diferente em nossas empresas?
- um não-cliente liga no atendimento e informa que tem uma linha telefônica instalada incorretamente em seu apartamento. O que sua empresa faz? Verifica! Vai até o local para ver o que está acontecendo! Ao constatar que de fato uma linha estava instalada em dois lugares, cancela o ramal incorreto e informa o dono da linha de que um problema foi encontrado e já foi resolvido.
- um cliente liga dizendo que apareceram chamadas incorretas em sua conta telefônica. A empresa, já sabendo que há um problema – ela já havia sido informada disso pelo outro usuário da linha, o não-cliente -, toma as ações necessárias para corrigir e reforçar para o cliente o seu compromisso com o correto. Na hipótese do sistema não ser integrado, faz uma busca pelos atendimentos relacionados ao número com problema, para ver se há alguma incoerência.
- revisa todos os procedimentos para verificação de linhas telefônicas, pois se mesmo após dois atendentes e um técnico garantirem que não havia nenhum problema na linha, o cliente recebe uma chamada de seu vizinho dizendo que seu telefone possui um ramal na casa dele, é porque há algo muito errado.
- cancela a conta telefônica do cliente por todo o período onde houve a falha e ainda dá bônus para utilização de outros serviços que o cliente ainda não possua e possam ser úteis. Bônus de verdade, não aquelas contratações disfarçadas que se passar um dia do prazo obrigam o cliente a pagar uma conta maior do que tudo que ele deixou de pagar no período da promoção.
Será que estou pedindo demais? Acho que não! Missão e visão não podem ser só quadros na parede e qualidade total não pode ser um certificado esquecido em uma gaveta.
2 Comments
André Gugliotti · 14/03/2011 at 08:23
Atualizando a situação: na sexta-feira mesmo, dois técnicos da GVT foram até minha casa e acharam o problema! Eliminaram um cabeamento antigo e prometeram que vão trabalhar pra que isso não aconteça mais.
Vou dar mais uma chance à GVT até chegar minha próxima fatura. Vamos ver se terei mais dor de cabeça ou se eles vão se antecipar e resolver os problemas que eles mesmo causaram.
André Gugliotti · 24/03/2011 at 09:03
Atualização 2 da novela GVT: chegou a conta e é claro que a conta chegou errada. Mais uma hora perdida no telefone, explicando novamente o que aconteceu e providenciando a mudança. O pior é q a Ouvidoria, depois de toda a explicação que mandei por e-mail, teve o dom de mandar uma resposta padrão, pedindo o número da reclamação e qual era fatura que estava com problemas.
Pois aprendam: se nós, empresas, erramos, nós não temos que ficar colocando dificuldades no caminho dos clientes! Façam por onde resolver os seus problemas (dentro dos limites, é claro) e mostrem pra eles que vocês têm compromisso com o acerto e não com o erro. Se no começo de fevereiro, quando o meu “vizinho de linha” entrou em contato com a GVT reclamando, eles mesmos tivessem providenciado a solução e me ligado dizendo que já haviam resolvido o problema, eu agora estaria defendendo a GVT até debaixo d’água. Oportunidades perdidas que não voltam mais.
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