Como já comentei algumas vezes, não havia conseguido participar do Meet Magento Brasil: em 2012, no primeiro ano do evento no Brasil, eu estava envolvido na organização do Bargento Rio de Janeiro (que aconteceu alguns dias antes) e não consegui liberar a minha agenda. A mesma coisa aconteceu em 2013, quando eu participava de um curso de Magento e de um evento de empreendedorismo no Nordeste. Para esse ano de 2014, prometi para os organizadores – o alemão Thomas Goletz e o brasileiro Carlos Hix – que me organizaria e liberaria minha agenda para fazer minha estreia no Meet Magento Brasil.
Assim foi feito! Na última segunda-feira, juntei-me a cerca de 300 participantes para um dia inteiro de palestras sobre e-commerce, meios de pagamento, técnicas e ferramentas para comércio eletrônico, tendências para os próximos anos e é claro sobre o Magento. Apresentei também uma palestra com a polêmica e eterna briga entre desenvolvedores e lojistas, especialmente quando desenvolvedores somem (esse era o título da palestra, Socorro, meu desenvolvedor de lojas virtuais Magento sumiu!).
Porém, a ideia desse post é fazer uma reflexão sobre o que vi, ouvi e senti ao conversar com os participantes e patrocinadores, mas especialmente com outros palestrantes, como o próprio Thomas Goletz e o Magento Evangelist Ben Marks, responsável por ajudar a espalhar o Magento ainda mais. Vamos aos tópicos:
- como foi dito no evento, o Magento segue ganhando força no Brasil e uma comprovação pode ser dada no número de participantes, que vem crescendo a cada edição; o profissionalismo parece crescer também, mas a minha impressão é que isso se dá com mais força no lado dos lojistas, já que ainda temos muitos problemas no lado dos desenvolvedores.
- aliás, se nos basearmos apenas na palestra do Ben Marks, a carência de desenvolvedores não é um problema só brasileiro, já que a palestra dada por ele não foi feita especificamente para nós (ele falava sobre como “moldar” um desenvolvedor Magento).
- a maioria dos lojistas com quem conversei sofre do mesmo problema: falta de planejamento. Eles só aprenderam a trabalhar em suas lojas depois que a operação já estava no ar e fariam muitas coisas diferentes se tivessem previsto ou pesquisado antes de iniciar a construção do novo ponto de venda.
- a parte de treinamentos também esteve em alta: ouvi o assunto em pelo menos três palestras e recebi consultas sobre novos treinamentos em Magento em São Paulo de um número relativamente alto de pessoas. O único problema é que a equação custos x preços e demanda x nível técnico ainda não fecha.
- segundo o Vinicius Pessin, da e-Smart, o Magento atende médias e grandes operações. Para as pequenas, ele citou as lojas vendidas em modelo de SaaS, como o antigo Magento Go, que foi descontinuado. Mas muitos lojistas querem o Magento para se livrar das amarras que os SaaS trazem, principalmente baseado no fato de “o Magento ser de graça”. Essa questão de para quem o Magento é direcionado ainda será alvo de discussões por muito tempo.
- e pra completar, o Magento 2 vem aí! Ao menos na promessa…
Eu quero ainda aproveitar e fazer um agradecimento a todos aqueles que viajaram quilômetros e quilômetros para participar do evento. Sei o quanto é difícil se afastar de seus trabalhos, investir em passagens aéreas e hospedagem e ainda sair correndo do evento para conseguir pegar o voo em uma cidade congestionada como São Paulo. É muito legal quando podemos conversar com pessoas do Brasil inteiro em um mesmo evento e espero vê-los de novo nos próximos.